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18/09/2025
O embate judicial envolvendo o ex-apresentador Cid Moreira ganhou mais um novo contorno nesta semana. O mesmo laudo grafotécnico, produzido pelo perito Claudio Cordeiro, concluiu que documentos trabalhistas atribuídos ao jornalista não foram redigidos por ele, mas sim por sua esposa, Maria de Fátima Sampaio Moreira. Esta última informação foi dada em primeira mão pelo programa “A Hora da Venenosa”, da Record.
De acordo com a análise, há “similaridade total” entre a caligrafia presente nos papéis e a escrita de Maria de Fátima, identificada em outros registros. Elementos como a forma das letras “P”, “R”, “B” e “a”, além do ritmo e da pressão do traço, reforçam a conclusão de que os documentos foram preenchidos pela viúva.
Réplica dos filhos ao advogado de Maria de Fátima
A defesa de Maria de Fátima contestou a validade do laudo, alegando que o Judiciário já teria rejeitado provas semelhantes. Por conta disso, o filho de Cid Moreira, Roger, falou nesta quarta-feira (17/9), afirmando que a perícia feita recentemente nunca havia sido apresentada antes à Justiça.
Eles também acusam a viúva de tentar “descredibilizar o perito” e sustentam que há uma gravação de duas horas com o ex-caseiro da família, Manuel Francisco de Lima, que deverá ser analisada tecnicamente.
Segundo o áudio, o caseiro relatou situações de maus-tratos: “É sempre a mesma história para tentar descredibilizar o laudo do perito. Eles se baseiam em uma denunciação que não tem nada a ver com a gente, que foram denúncias do caseiro. Ela que demitiu sem que o Cid soubesse. Na época que saiu esse processo na mídia, o caseiro me procurou, a gente tem uma conversa gravada de duas horas – inclusive vou pedir pro perito analisar toda essa conversa para colocar isso dentro de uma perícia, porque ele já me falou que essa gravação não é ilegal. Nessa gravação, o Manuel me confidencia muitas coisas que aconteciam na casa, dele ficar trancado, que a casa era cheia de grade, que ele ficava sentado o dia inteiro, que ela passava o dia inteiro na rua e só voltava a noite, dava comida pra ele da geladeira que ficava armazenada por semanas, relacionamentos extraconjugais que ela teve dentro da casa, do Cid aparecer machucado na casa sem nenhuma explicação”, contou Roger.
Os filhos afirmam que todas as denúncias precisam ser verificadas pela Justiça e negam qualquer prática de denunciação caluniosa.
Disputa familiar e herança
Para os filhos, as manobras da madrasta teriam como objetivo assegurar integralmente a herança do apresentador, como contou Roger: “Claro, quando Manuel falou isso, óbvio que pedimos para que a Justiça averiguasse para saber se isso realmente estava acontecendo. É um dever de você como filho averiguar, já que ela não nos permitia que fôssemos até a casa. A gente tentou, mas ela fez de tudo, até uma medida protetiva conseguiu para que não nos aproximássemos dele. Eles se baseiam nisso para conseguir o que ela sempre quis, que é 100% da herança. Ela não vai conseguir”, finalizou.
O advogado Ângelo Carbone, que representa Roger e Rodrigo Moreira, afirmou também ao portal que Maria de Fátima teria falsificado documentos no período em que o ex-apresentador já não tinha condições de assinar. “Ela mandou embora os funcionários para deixar ele sem nada, sem comida, sem tratamento, sem fazer os compromissos dele, mesmo que fossem pequenos. […] Ela tirou todo mundo, e como ele não assinava direito mais, não tinha mais condição, ela pegou e falsificou a assinatura. Se a juíza da interdição tivesse levado em consideração esses argumentos meus… Eu falei lá, que a assinatura não era dele, era falsa. Devia ter determinado na mesma hora uma perícia para que o psiquiatra informasse todas as deficiências que ele tinha”, ponderou.
Carbone também alega que o testamento registrado seria fraudulento, pois não teria respaldo médico e apresentaria assinaturas falsas ou fragilizadas pelo estado de saúde de Cid. Para o advogado, o objetivo da viúva foi se apropriar do patrimônio: “Ela mesma contou que no final da vida dele, não tinha condição de mais nada. Como é que um cartório faz um testamento, quando alguém assinou por ele, a assinatura demonstrava que ele estava debilitado? […] e por que tem que anular a interdição? Porque a juíza não fez o que estava determinado. O que era que estava determinado? Demonstrar que ele estava incapaz através de um laudo pericial. Ela não fez. […] Então, a gente espera que o desembargador, tomando conhecimento das falsificações no passado e as falsificações atuais, anule a interdição. Anule também o processo que busca demonstrar que é tudo uma fraude”.
O caso segue em tramitação na Justiça. O laudo técnico e as novas acusações ampliam a pressão sobre a defesa de Maria de Fátima e mantêm o embate familiar em evidência pública.







