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Taylor Swift deixa de se levar a sério e acerta no divertido “The Life of a Showgirl”

03/10/2025

O disco propõe sons orgânicos e letras bem sacadas em um clima de descontração e positividade




As redes sociais nesta sexta-feira (3/10) foram inundadas com um único assunto: Taylor Swift e seu novo álbum de estúdio, o “The Life of a Showgirl”. Após alguns lançamentos focados em projetos introspectivos e acústicos, a artista voltou a apostar alto no pop mais convencional com seus parceiros de longa data, Max Martin e Shelback. Além de divertido, o disco é uma ode à Taylor do passado: não se leve tão a sério.


O repertório começa com “The Fate of Ophelia”, lead single do projeto, um pop com sons mais orgânicos, principalmente bateria e baixo bem marcantes. E dá a nota do que será a audição: um divertimento despretensioso. Na letra, a cantora narra como seu atual relacionamento, com o jogador Travis Kelce, a salvou de uma enorme tristeza.


A sequência permanece com o clima lá em cima e com ótimas canções. “Elizabeth Taylor” possui uma vibe sombria e um desenrolar acelerado de tirar o fôlego. Assim como “Opalite”, que parece uma música que Madonna ou Stevie Nicks lançaria, com um refrão brilhante.


Outro grande êxito é “Father Figure”, com interpolação do hit de mesmo nome, de George Michael. Nesta, Taylor conta a história de suas discípulas e copiadoras que surgiram ao longo de sua carreira, em uma narrativa envolvente de rivalidade em que afirma que, sim, é ela quem manda na parada. A letra, nada discreta, diz: “Eu serei sua figura paterna, eu bebo aquele uísque / Posso fazer acordos com o diabo porque meu pau é maior”.


A primeira quebra de clima ocorre com a faixa 5, tradicionalmente a mais pessoal dos álbuns de Taylor, em “Eldest Daughter”. A pegada acústica é fofa, mas parece um descarte das eras “Fearless” ou “Speak Now”. “Ruin The Friendship” possui uma harmonia manjada e perde força também, apesar da letra chocante, sendo uma das melhores do “The Life of a Showgirl”.


O acústico continua em “Actually Romantic”, mas dessa vez com vitaminas e energéticos embutidos. A letra, atribuída à Charli XCX, é uma pancada no estômago, uma clássica disstrack de rap: malvada e ácida. A guitarra dá um ar irônico que deixa tudo divertido, sem pesar o clima. Mais uma prova de que, apesar da briga, ela está rindo na cara do perigo e deixou de ligar para tudo ao redor.


Após as indiretas, chegam as faixas mais românticas. “Wi$h Li$t” é açucarada e se perde em meio a tanto doçor. É, com certeza, o ponto mais baixo do álbum, apesar da letra divertidinha. “Wood”, por outro lado, é um dos exemplos de que Taylor está feliz e com tesão. A letra é indecente para os padrões da cantora e conta com uma melodia extremamente parecida com “ABC”, do The Jackson 5.


Outra surpresa do álbum é “CANCELLED!”, em que Taylor canta sobre como viver com olhos atentos e diante de críticos o tempo todo. É um pop que, embora manjado, soa fresh. Fãs estão ligando esta canção à Blake Lively, que está em uma batalha judicial e midiática contra Justin Baldoni.


A penúltima faixa é “Honey”, que também é açucarada demais da conta. Apesar disso, a letra é tão jocosamente romântica que é impossível não gostar.


O disco termina com a apoteótica “The Life of a Showgirl”, em parceria com Sabrina Carpenter. O clima épico e musical faz da canção um dos pontos altos do álbum. Sabrina contribui com seu humor ácido de sempre, e a mensagem é que o show sempre tem que continuar. O mote é de baixar os créditos em grande estilo.


A sensação que fica após ouvir o disco completo é de divertimento. O que pode chocar é a ausência de músicas tristes sobre desilusões amorosas. Não há nenhuma nesse disco, o que é uma quebra de paradigma para Taylor Swift. Sua nova fase misturando o amor e as indiretas parece ser definitiva e, aos trancos e barrancos, feliz.


Quanto à sonoridade, o abandono dos sintetizadores e da parceria com Jack Antonoff fez bem. Apesar dos êxitos com “Folklore”, “Evermore” e “Midnights”, o “The Tortured Poets Department” encheu a paciência dos críticos com o excesso de chororô e introspecção.


Com o “The Life of a Showgirl”, Taylor alcançou um feito significativo: ela deixou todos curiosos com o próximo passo, mesmo no 12° álbum de estúdio. O que veio é legal, e o que pode vir pela frente pode ser ainda melhor.



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